Projeto de Pesquisa: “Qualidade higiênico-sanitária de ostras produzidas e comercializadas no estado do Paraná”.
A ostreicultura realizada no Sul do Brasil tem apresentado, nos últimos anos, taxas expressivas de crescimento. Desenvolvida de maneira rudimentar, beneficia economicamente famílias de pescadores artesanais e microempresas aquícolas. As ostras são vendidas e consumidas principalmente in natura, embora também possam ser beneficiadas pelos próprios produtores.
Não raro, esses bivalves são associados toxiinfecções alimentares. Isto porque a possibilidade de transmissão de doenças alimentares através da ingestão de ostras ocorre, principalmente, em virtude de seu mecanismo de obtenção de alimentos. Filtrando de 2 a 5 litros de água por hora, as ostras assimilam, além do alimento, contaminantes bióticos (efeitos causados por seres vivos) e abiótico (influências ambientais) presentes no ambiente.
A prática de extração de ostras do ambiente natural, somada aos riscos de toxiinfecções alimentares evidencia a necessidade de avaliação microbiológica da carne desses moluscos e, consequentemente, do nível de contaminação apresentado nas ostras comercializadas.
Considerando os aspectos apresentados e o crescente aumento da produção e consumo de moluscos bivalves no Paraná, torna-se necessário um controle de qualidade mais apropriado, com a finalidade de garantir a sanidade das ostras.
Por esse motivo, esse projeto de pós-doutorado tem por objetivo avaliar a qualidade higiênico-sanitária de ostras produzidas e comercializadas no estado do Paraná, utilizado para isto ferramentas de pesquisa microbiológica e parasitológica. Para tanto, estão previstas as seguintes ações:
• Pesquisar a presença de Salmonella sp. em ostras produzidas e comercializadas no Paraná;
• Identificar e quantificar a presença de coliformes totais, Escherichia coli e Staphylococcus aureus em ostras produzidas e comercializadas no Paraná;
• Pesquisar e identificar a presença de parasitos (protozoários e metazoários) em ostras produzidas e comercializadas no Paraná, por meio de procedimentos histotécnicos de processamento e análise de amostras teciduais;
• Identificar as condições de armazenamento mais adequadas para transporte, estocagem e comercialização, de modo a garantir a qualidade higiênico-sanitária das ostras que chegam aos consumidores;
• Testar a eficiência da depuração de ostras em equipamentos depuradores e no ambiente natural, utilizado para tanto, amostras de ostras contaminadas experimentalmente com as espécies bacterianas mais prevalentes durante as pesquisas microbiológicas aqui propostas, e;
• A partir do diagnóstico de micro-organismos e parasitos presentes em ostras comercializadas no Paraná, pretende-se avaliar se os padrões determinados pela legislação vigente são adequados para garantir a segurança alimentar do consumidor.
Pós-doutoranda: Gisela Geraldine Castilho-Westphal
Gisela possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Paraná (2003), mestrado em Ciências Veterinárias (2006), doutorado em Ciências Biológicas – Zoologia (2012) e pós-doutorado em Zoologia em andamento, pela mesma instituição. Atualmente é pesquisadora do Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais (GIA/UFPR), onde também coordena o Laboratório de Histologia e Microbiologia. Tem experiência nas áreas de Microbiologia, Histopatologia e Aquicultura, atuando principalmente nos seguintes temas: microbiologia, produção e doenças de animais aquáticos, avaliação de impactos ambientais, sanidade animal e saúde pública.
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