O GIA (Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais) foi criado em 1998, por dois professores da Universidade Federal do Paraná (Antonio Ostrensky e Walter Antonio Boeger) em função de demandas que passaram a se tornar cada vez mais frequentes, do setor aquícola paranaense e brasileiro. Com o crescimento empresarial dessa atividade, os problemas e conflitos a ela relacionados começaram a aparecer com maior frequência e, não raro, exigindo soluções que passavam por análises e procedimentos que precisavam empregar metodologias científicas.
Em sua fase inicial, em várias oportunidades, os membros do GIA foram chamados pelos setores público e privado para: desenvolver projetos de produção; identificar e buscar solucionar problemas operacionais e sanitários de cultivos; realizar diagnósticos e planos de desenvolvimento regional e promover os mais diversos programas de treinamento e capacitação técnica.
No ano 2000, quando da ocorrência de um acidente ambiental envolvendo o vazamento de um grande volume de petróleo na baía da Guanabara, Rio de Janeiro, o GIA foi convidado pela PETROBRAS para participar dos esforços de recuperação ambiental. Na ocasião o desafio parecia imenso: desenvolver e aplicar uma tecnologia de produção de larvas de caranguejo para recuperação dos manguezais atingidos pelo óleo. Apesar de anteriormente ninguém nunca ninguém ter conseguido produzir larvas de caranguejo-uçá em larga escala, após um ano de pesquisas e desenvolvimento de tecnologia, mais de um milhão de caranguejinhos estavam sendo liberados nos manguezais próximos à Refinaria Duque de Caxias.
Desde então, o GIA passou a estender suas ações no campo ambiental, tendo realizado trabalhos nas mais diversas áreas relacionadas a diagnósticos, avaliações e monitoramentos de ambientes aquáticos, além de projetos de recuperação ambiental e de biorremediação de impactos.
Para que os seus trabalhos pudessem ser desenvolvidos de forma cada vez mais rápida e eficiente, fez-se necessário ampliar e estruturar um grupo inter e multidisciplinar de pesquisadores e colaboradores. Com esse objetivo, o GIA passou a incorporar novos mestres e doutores, das mais variadas áreas de atuação (carcinicultura, malacocultura, piscicultura, histopatologia, ictiologia, biologia, genética, educação, direito e design), aos seus quadros.
A partir de 2005, através do projeto Cultimar, o GIA passou a atuar de forma mais incisiva também no desenvolvimento de tecnologias sociais. Já naquela época ficava claro não ser minimamente possível buscar a resolução de problemas ambientais sem se buscar alternativas para os problemas sociais que, via de regra, estão associados aos mesmos.
Essa expansão do GIA causou um problema: grande parte das pessoas vinculadas ao grupo não fazia parte dos quadros da Universidade Federal do Paraná ou não estava mais vinculada a ela, pois, de um lado, os alunos de graduação e de pós-graduação que se formavam e que se encaminhavam para o mercado de trabalho não tinham mais vínculo oficial com a Universidade, mas, por outro, continuavam mantendo uma ligação forte com o GIA e, muitas vezes, atuando em conjunto em projetos específicos.
Com a expansão das áreas temáticas e geográficas de atuação do grupo, principalmente para a região Nordeste, passou a ser indispensável que o GIA tivesse também uma identidade própria e independente. Em 2007 surgiu uma oportunidade de fusão com o Centro de Desenvolvimento Sustentável Leão do Norte, uma ONG que havia sido criada em 2004 na cidade de Recife, Pernambuco, e que já atuava no campo do desenvolvimento socioambiental, notadamente nas áreas de pesca e em ambientes aquáticos e de transição. Na época, essa ONG estava mudando sua sede para Aracaju, Sergipe. Nascia assim, o Instituto GIA, uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ sob o nº 06.170418/0001-23, e que mantém vivos os propósitos originais do GIA (vide nossa Missão, Visão e Valores).
O Instituto GIA mescla o conhecimento de profissionais experientes com a disposição de profissionais em início de carreira, por meio de trabalhos de caráter voluntário, totalmente vinculados as suas respectivas áreas de atuação profissional.
Aliás, a criação dessa personalidade jurídica em nada mudou a existência e o funcionamento do GIA como um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Paraná, reconhecido pela instituição e registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Brasil, do CNPq.
O GIA continua desenvolvendo pesquisas científicas, tecnológicas e sociais, formando profissionais qualificados, criando oportunidades para colocação de profissionais em início de carreira no mercado de trabalho e procurando atender as demandas da sociedade nas áreas de aquicultura, meio ambiente e desenvolvimento.