Arraias – Curiosidades biológicas e comportamentais
Por Nathieli Coser
Publicado em 13/06/2016
As arraias ou raias são peixes pertencentes ao Reino Animalia, ao Filo Chordata, a Classe Chondrichthyes, a subclasse Elasmobranchii, a Superordem Batoidea1 e a Ordem Myliobatiformes2 ou Rajiforme3, podendo ser marinha (Figura 1) ou de água doce (Figura 2).
Figura 1. Arraia marinha da família Dasyatidae. Fonte; en.wikipedia.org
Figura 2. Arraia de água doce da família Potamotrygonidae. Fonte; commons.wikimedia.org
Grande parte das arraias são bentônicas e carnívoras. Em todo mundo são descritas mais de 400 espécies com tamanho variando de 0,15 a 7 metros de envergadura4.
Em geral, a maioria das arraias possuem formato de disco, com a cauda fina e comprida provida ou não de um ou mais ferrões venenosos, que podem causar ferimentos dolorosos.
As nadadeiras peitorais são bem desenvolvidas e situam-se no mesmo plano da cabeça, projetando-se pelos lados da cabeça. A ondulação das nadadeiras constitui-se na principal forma de locomoção das arraias.
Na parte inferior encontra-se a boca, pequena e transversa com dentes serrilhados. Essas características permitem que as arraias se alimentem de plâncton, moluscos, crustáceos e outros pequenos animais.
Na parte superior encontram-se os olhos e os espiráculos, fendas posicionadas atrás de cada olho, conectados à câmara branquial e fundamentais no processo respiratório.
A Figura 3 elucida as principais medidas e estruturas de uma arraia.
Figura 3. Principais estruturas das arraias. Fonte; Peixes Marinhos do Brasil
Existem espécies ovíparas (reproduzem-se por ovos que as fêmeas expelem) e espécies vivíparas (os ovos são incubados no interior do organismo materno) e nesse caso, os filhotes já nascem perfeitamente desenvolvidos.
Atingem a maturidade sexual com aproximadamente 2 anos, e geram uma prole de até 10 filhotes (na média cerca de 4) por temporada. O macho apresenta o clásper, um par de órgãos sexuais localizado entre a nadadeira anal e a calda, semelhantes a dois pênis paralelos, um de cada lado da cauda, muito evidente quando se compara os sexos, e visível inclusive em um animal impúbere.
Normalmente vivem solitárias, junto ao fundo arenoso, ou de pequenas pedras. Podem formar pequenos grupos durante a época da migração (Vídeo 1.).
Vídeo 1. Migração de arraias
Referências consultadas
1 – Compagno, 2005. The Biology of Elasmobranch Fishes. 471-498. Johns Hopkins University Press. Baltimore, Mariland, U.S.A.
2 – Compagno, Leonard J. V. / Hamlett, William C., ed. 1999. Checklist of Living Elasmobranchs. Sharks, Skates, and Rays: The Biology of Elasmobranch Fishes. 471-498. Johns Hopkins University Press. Baltimore, Mariland, U.S.A.
3 – L. S. Berg, 1940. “Order Summary for Rajiformes” in FishBase.org
4 – Szpilman, M. 2000. Peixes Marinhos do Brasil. Guia prático de identificação. Instituto Ecológico Aqualung. 288p.