Inaugurado em dezembro de 2002, o canal da piracema, que possui 10,3 Km de extensão, funciona como um corredor ecológico permitindo que os peixes migradores superem os 120 metros de desnível médio da barragem de Itaipu e alcancem as áreas de reprodução na planície do Alto Rio Paraná e Parque Nacional de Ilha Grande.
A usina hidrelétrica de Itaipu, realiza inventários periódicos no canal para identificar as espécies de peixes presentes e sua abundância. As pesquisas mais recentes têm por objetivo realizar inventários da ictiofauna a partir de células liberadas pela pele dos peixes para a água e o sedimento, evitando a necessidade de captura dos indivíduos. Ou seja, por meio da técnica de sequenciamento de DNA de segunda geração. Desta forma, o monitoramento se tornará mais eficaz, econômico e não-invasivo.
Sequenciamento de DNA é o processo de determinação da sequência de nucleotídeos (As, Ts, Cs e Gs) em um pedaço de DNA. Esta técnica de segunda geração é uma nova abordagem que aumenta a velocidade e diminuem os custos do sequenciamento. Entre estas novas abordagens encontra-se o estudo de DNA ambiental (environmental DNA ou eDNA – Shokralla et al. 2012), que está fundamentado na detecção de moléculas de DNA produzidas como subproduto das atividades de uma determinada espécie, como aquelas encontradas em fezes, muco, saliva ou outra fonte de células mortas. Contudo, este método só foi utilizado até o momento para espécies marinhas e não se sabe sobre sua eficiência para ambientes de água doce.
A realização da presente proposta permitirá integrar os conhecimentos já gerados sobre a ictiofauna do reservatório de Itaipu e do Canal da Piracema com avanços recentes na tecnologia de sequenciamento de DNA ambiental, a partir do desenvolvimento de um método preciso e inovador de monitoramento da ictiofauna local.