Felipe Kacham e Diego Junqueira Stevanato
Estímulos ambientais apresentam efeitos importantes sobre os ritmos endógenos, promovendo ajustes nos mecanismos biológicos específicos dentro de limites bem definidos para cada espécie (Fálcon et al., 2010). Esses estímulos desempenham um importante papel no crescimento e é fundamental para o sucesso reprodutivo dos peixes.
A biologia reprodutiva está vinculada às alterações e interações ambientais e uma delas é o fotoperíodo, termo adotado para relacionar momentos de exposição a luz e escuridão durante o período de 24 horas e é o que apresenta maior influência nos processos fisiológicos dos peixes. Isso acontece porque a exposição dos peixes a dias mais luminosos ou a sistemas de iluminação artificial, desencadeiam processos diários de secreção de hormônios na corrente sanguínea, atingindo órgãos alvo, no caso da reprodução, as gônadas. Para o sucesso do processo reprodutivo, outros fatores devem ser levados em consideração, por exemplo a disponibilidade de alimento, o estresse e a temperatura da água. Vale ressaltar que esses processos não ocorrem do dia para a noite.
Figura 1 – Síntese dos processos reprodutivos influenciados pelos estímulos ambientais.
Em meios comerciais, a manipulação do fotoperíodo pode melhorar e permitir a reprodução de espécies neotrópicas de peixes em épocas fora do período natural de desova. No entanto, deve-se ter cautela ao buscar generalizar os efeitos do fotoperíodo em um grupo tão biodiverso como os teleósteos. Assim, estudos que visem obter uma visão cada vez mais holística sobre as consequências da manipulação desta variável sobre os eixos neuroendócrinos de controle e maturação de uma dada espécie são de suma importância para garantir os melhores rendimentos para a piscicultura.